Liguei a televisão numa necessidade premente de uma breve pausa e no meio de um zapping infundado encontrei ocasionalmente Francisco Louçã. Rapidamente me apercebi que se encontrava em sua casa. Arregalei então os olhos ante as maléficas ventosas das questões colocadas, que eram de um “cor-de-rosa” demasiado fluorescente para os meus ouvidos. Certa parte deste diálogo tentacular foi qualquer coisa como:
“- O Francisco Louçã chora?
- Sim, choro, em algumas situações como a morte de familiares, por exemplo.
- E com histórias de amor? Chora?
- Sim, algumas histórias de amor podem fazer-me chorar. Por exemplo, o ET é um filme extremamente romântico.”
Então entre tantas questões que seriam relevantes em vésperas de eleições, numa perspectiva política ou profissional (só isso faria sentido), A COMUNICAÇÃO SOCIAL OCUPA-SE DOS ROMANCES DOS POLÍTICOS?
Ah, claro! Isso é que é importante! É o que mais sobe as audiências, excelentes jornalistas… E o pior é que há uma imensidão de público sedento deste tipo de informação, que alimenta as suas vidas com os dejectos radioactivos deste monstro, transformando-se numa massa abjecta cada vez menos racional.
Valeu no programa, o facto de o Francisco Louçã ter uma enorme destreza mental que lhe permitiu esquivar-se habilmente às ventosas das questões colocadas.
Bem, como o assunto não merece nem mais um segundo da minha atenção (e os meus picos já não estão tão eriçados), encerro-o de imediato.
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